Por trás de uma equipe multicampeã, há sempre a figura de um comandante. No Figueirense/PREC, time de fut7 feminino que é o atual bicampeão mundial, não é diferente. Anteriormente treinadas por André Hoepers, as alvinegras, a partir de agora, serão comandadas por Emerson Prado, que ascendeu do cargo de auxiliar técnico, onde ocupou por oito anos.

Com 28 anos de idade e natural de São José (SC), o profissional não é somente vitorioso no time originário da parceria do Furacão com o clube Paula Ramos, de Florianópolis (SC). Ele carrega também, em seu currículo, um título dos Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC), em 2017, treinando a equipe feminina de futebol de campo de São José.

Na entrevista, ele mostra o trabalho de preparação iniciado, na última semana, e as perspectivas para toda a temporada, que terá competições em níveis estadual, nacional e internacional.

 

Você integrou a comissão técnica, como auxiliar, durante oito anos. Motivado ao assumir a função de treinador da equipe?

R: Quando eu entrei, o André Hoepers já era o técnico. Entrei como auxiliar, mas nunca tive problemas com a questão da nomenclatura, porque ele sempre me deixou muito à vontade para dirigir a equipe. Eu tinha total autonomia para dar treinos e fazer trocas, então me sentia técnico, mesmo sendo auxiliar. Nós dois éramos treinadores.

 

O que esperar para o ano? Quais pontos espera aperfeiçoar?

R: A expectativa, para 2019, é chegar entre os três primeiros colocados em todas as competições que a gente participar. O foco é conseguir ir para o Mundial de Clubes em Roma, na Itália. Só que para isso, se formos campeões da Liga das Américas, nós ganhamos todas as despesas pagas para a viagem ao Mundial, o que facilita bastante.

Para melhorar na relação de 2018 para 2019, acho que é mais a questão organizacional da equipe, incluindo o extracampo, com a parte de marketing e a parte de angariar recursos. Isso nos dará muito mais tranquilidade para trabalhar. Dentro de campo, é continuar treinando e melhorando tecnicamente e taticamente. Vamos implantar novos esquemas para, cada dia, surpreender mais os adversários.

 

Quanto à chegada das novas atletas, você conhece todos os reforços. O que cada uma pode agregar à equipe?

R: São atletas que nós conhecemos bem, sendo três que eu já comandei em outras equipes. Nós buscamos meninas com perfis que se encaixassem com a gente e que fossem inteligentes taticamente, pois nós temos vários padrões de jogo e precisamos que cada uma tenha uma leitura (da partida) bem diferenciada. Já fora de campo, são meninas que acrescentam muito, pois são de grupo. Acredito que vão somar muito para o projeto e darão resultado.

 

O futebol feminino evolui para garantir mais visibilidade. Como você avalia a categoria em relação há oito anos? E o que espera para o futuro?

R: Eu sempre disse que o futebol feminino precisa ser visto, mas as pessoas que estão na categoria não podem desistir. Sei que existem muitas dificuldades, mas o ideal, é tentar não deixar que esses empecilhos sejam um problema. Continuar trabalhando, pois a visibilidade chega. Com ela, as pessoas terão mais interesse, os empresários estamparão suas marcas, outros clubes de futebol irão querer investir na categoria e, assim, mais mulheres irão querer praticar o esporte. Com a força de todos, mesmo que seja pouco, o futebol feminino vai crescer. Já estamos dando passos largos e tem tudo para crescer ainda mais.