Foto: Patrick Floriani/FFC

 

O futebol feminino, no Brasil, busca seu espaço dentro de um ambiente dominado pelos homens. Desde 2016, com a realização das Olimpíadas na cidade do Rio de Janeiro, a categoria deu um salto e ganhou a atenção dos brasileiros e, principalmente, do Figueirense. Há dois anos, em conjunto com o Paula Ramos Esporte Clube (PREC), o clube do Estreito criou seu time de fut7 e já conquistou notoriedade e títulos, incluindo o bicampeonato mundial, a Liga das Américas, a Copa do Brasil e quatro catarinenses.

Com determinação, as jogadoras do Furacão sinalizam, dentro das quatro linhas, que é totalmente possível e viável a participação das mulheres no mundo do futebol. Uma prova disso é a talentosa Aninha, de 26 anos, que é nascida e criada no bairro da Coloninha, em Florianópolis (SC), e atua no ataque do Figueirense/PREC, sigla utilizada pela parceria.

Melhor jogadora de fut7 do mundo em 2017, a apaixonada alvinegra sustenta, com orgulho, o posto de capitã da equipe. Até chegar ao sucesso, o caminho foi longo. A catarinense iniciou sua carreira aos 12 anos e passou por diversos clubes catarinenses, incluindo etapas no futsal. Entre as principais barreiras, ela cita o preconceito.

“Infelizmente ainda sofremos preconceito, sim. Falo por mim, que hoje, um pouco mais velha, consigo lidar melhor com isso. Mas no começo, assim que entrei nesse mundo do esporte, que é o que eu mais amo fazer, senti muito. Hoje, lidamos com o pensamento de não provar, mas apenas tentar mostrar que também podemos jogar bem. Nenhum esporte tem que ser denominado por gênero”, disse Aninha.

Foto: Gulherme Becker/Karina Prado

 

Sobre a participação no esporte, Aninha mostra que existe espaço em todos os tipos e categorias, além de reforçar a importância da necessária mudança cultural sobre o tema, pois a discriminação ainda está enraizada na sociedade brasileira.

“O esporte é coletivo e participa quem quiser. Pode ser vôlei, futebol, judô ou handebol. Não existe esporte masculino ou esporte feminino, pois é apenas esporte e isso não denomina o gênero do atleta. Nem todos pensam assim, mas acredito que, com a mente mais evoluída, vamos quebrar esse preconceito bem atrasado”, concluiu a atacante.